Escravizados pela oração
pelo sexo
pelo medo
Escravizados pelo consumo sujo
aguardando palavras de ordem
Submissão, fantasia de liberdade
apáticos
eufóricos
doentes
perdidos
massa de manobra imunda
Pensam que pensam
acreditam ter escolhas
tudo determinado
Nada escapa
os marginais são livres
são sujos
são nada
Todas essas bocas famintas
famintas de amor
de pecados ditados por vermes
Todos desejam
obedecem
Escondem sonhos
afogam em álcool
morrem em cinzas de cigarros
matam por migalhas
engolem o veneno das telas
Cegos
Torpes
Vazios
Todos obedecem para morrer
O anjo, a pérola e o pequeno deus...
Literatura, arte, música e cultura.
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
quinta-feira, 3 de maio de 2018
Cada passo incerto
Cada vez que as mãos tremem
Cada lágrima que cai
Lutando pra se manter de pé
Quer fechar os olhos
Quer deixar tudo pra trás
Tentando não ver as sombras desse desarranjo monumental
Querendo gritar a todo momento
Tentando fugir das amarras
Como um zumbi vive
Vive?
Não mais
Projeta sombras de cinzas
Cospe fogo com olhos de basilisco
Tenta
Por mil anos tentará
Por mil anos poderia dormir
E seus sonhos cruéis seriam nuvens esparsas
Seus pesadelos vermelhos de ódio
Suas mãos, seus pés feridos
Vivendo sufocada por lixo social
Vivendo uma vida de merda
Esperando, lutando, fugindo
Melhor destruir tudo ao seu redor
Melhor mastigar a raiva e engolir até que a garganta fique seca
Melhor ser um robô sorridente
Não mais tentar.
sábado, 14 de abril de 2018
Presos na tela da tv
olhos arregalados
Milagres!
Ali na nossa cara
escarros de absurdos
arrancando com dentes vorazes cada centavo.
O Diabo por todos os lados
espiando, esperando
com um sorriso sórdido
contando notas
Escárnio
Comércio de almas
almas famintas
almas cegas
de jolelhos
Glória!
Cada moeda sua
Rindo, um riso sangrento de morte
Dê o dízimo, rasteje
esperança do paraíso que nunca vem
medo, culpa
pecados desejados
todos choram
todos vendem sua divindade para o lixo
todos acreditam
Morrem
se disolvem como um pesadelo
mãos calejadas
mente alienada
Fim sem começo
segunda-feira, 26 de março de 2018
Outros tempos
velhas dores,
olhos embaçados de fumaça
Vida cinzenta, caminhos tortos,
fotografias desgastadas de lembranças falsas
meias verdades contadas
uma vida destruida.
Nada.
mentiras escondidas debaixo do tapete
Todos se espantam
se chocam
Condenam
mantendo os mesmos laços de fel
Esmagada como um inseto
Todos em suas poses malditas
Ela?
Jogada,
única,
o sonho de um
aquela imensa obsessão
posse da ilusão.
Amor doentio,
o teve
Tantas vezes
o outro odiou
e a abandonou
Ela possuiu aquele desejo
ainda quer
sempre
Luz dos olhos esse amor,
voz rouca, mata de desejo
Ela teve.
Engula sua raiva
Sufoque
Não pode apagar todo o prazer
Intimidade secreta
Sufoque.
quinta-feira, 8 de março de 2018
Tomo você
goles de submissão
entrega
Tomo você de joelhos
de olhos fechados
Chuva caindo
o dia inteiro esperando
Provocação do gozo
espero, espero
Tomo você
se desmancha inteiro na minha boca
Um cigarro
me deixa jogada na cama
Meus dedos não podem me acalmar
você diz a hora
quase imploro
Tomo você
cada gota
Minha lingua busca você
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
All the same inside silver cars.
All the same, hair stuck in a greasy, brownish ponytail with no personality,
without spirits that move them,
all with the wan face sketching spasms
of greasy satisfaction filling all the frustrations.
For while.
All whitish
with glazed eyes in the windows,
urgent needs of nothing
all liquid
all sticky of spoiled hands of consumption
Drooling,
worshiping illusions.
Consuming dirty sex behind the doors
deposited
consuming
consuming everything
Swallowing, sweaty, desperate
need to have.
Consume my body rotting
messy
Consume my degraded soul,
let me see your eyes fogged with pleasure and guilt.
Sprayed.
Consume my fear, my pain,
my shame
my pleasure
consume me.
Make me cry and shout,
shut me up
They consume saturation of the grotesque,
machines coupled with gadgets
So necessary.
So desired.
Consume me as the worms will consume,
feel the bitter taste of passion,
feel the mortal breath,
Look into the eyes that hypnotize and destroy,
Dung hogs eat me up!
domingo, 11 de fevereiro de 2018
When I walk in there, it's as if I'm in one of Grimm's most hideous tales.
Beings of all forms,
Flowing, other grotesque creatures
Baby Face Trolls
Hallowed witches
Shadows, skeletons.
All sorts of characters
A bizarre zoo, a mob of medium reptilians.
Picturesque place, causes hate and arouses curiosity.
Infamous creatures.
All lost in coarse fantasies, all wanting.
Gritting teeth in fearful happiness.
Wide-eyed, distorted smiles.
Anguish.
I try to open the doors, I look for the windows.
Locked in purchased reality wires.
Invisible chains, I want to leave.
Despair..