ME DEIXE MORRER EM SEATTLE
CAPÍTULO II
II
As lembranças sempre voltavam, e assombravam sua mente, era
ainda garoto, as coisas eram difíceis, mas não tinham se tornado o que eram
hoje, sua irmã ainda não havia lhe enfiado goela abaixo aquela merda toda que
fez com que ficassem agora do jeito que eram, animais, eles ainda não tinham
conhecido Scott.
Agora vivia com essa coisa dentro de si, esse mal que sufocava,
que corroia sua alma e seu corpo, vivia escondido de si mesmo, jamais
permitiria que alguém usasse aquilo que fora obrigado a aceitar numa guerra que
não escolhera, preferia ter sido morto, destroçado por cães, a ter que viver
para sempre dessa forma, por isso, desde que as drogas começaram a ser usadas
como forma de esquecimento, para deixar tudo pra lá, e deixar o corpo, ele
optara por se manter entorpecido o máximo possível, preferia rastejar nos
subterrâneos, do que ser um joguete nas mãos deles.
Ele e a irmã sempre estiveram juntos, nunca tiveram ninguém
depois da perda de seus pais biológicos, viviam nas ruas, mais fugindo que
vivendo, duas crianças imundas, dois anjos perdidos na imundície, comendo lixo,
sendo chutados até mesmo pelos vagabundos, quantas vezes ele apanhara para
tentar defender sua irmã? Quantas vezes ela se vendera para salvá-lo? Que
maldição! Onde estaria sua amada irmã? Será que ela podia imaginar o quanto ele
sempre precisou dela? O quanto dependia da força dela para continuar? A
determinação dela era uma coisa tão acolhedora para ele, era como se ele fosse
parte dela, sem ela por perto, ele não era nada, ele a amava tanto, queria
poder beijá-la e a ter em seus braços novamente.
-Preciso de mais um pouco, a dor das lembranças, não
aguentava.
O nada, o vazio, planando devagar...ah...as sombras dançando
em todos os lugares...
Aquele menino feliz, correndo por um campo ensolarado com
sua irmã, rindo, aqueles anjos louros, ela com seus poderosos olhos azuis o
protegendo sempre, ele calmo e feliz que garoto lindo ele era, sem medo.
Arrastado repentinamente desse fluxo de felicidade, para o
escuro, os gritos de dor, sua pele sendo queimada, ela estava lá, não era
possível! Não! Por favor! Não façam isso, ele chorava, e isso os divertia ainda
mais, enquanto rasgavam a pele da sua irmã devagar, e o forçavam a ver, cada
vez que fechava os olhos, sentia o fogo na pele, seus gritos faziam com que ela
ficasse mais desesperada ainda, eles não conseguiam completar as mutações,
aqueles monstros sabiam disso, haviam congelado suas veias, para que o fluxo do
medo e da dor não os levasse a fazer a mutação, eles se olhavam diretos nos
olhos, ela dizia:
-Eu te amo, vou tirar você daqui, mas ela sentia tanta dor,
como poderia? Como faria com que parassem de queimar sua carne?
Um soco desferido no rosto dela com tanta força que Layne
ouviu o osso se partindo, ela não lutava mais, estava entregue, eles estavam
abrindo suas pernas, não era possível, mais uma vez fechou os olhos.
-Olha animal! Vamos fazer ela se divertir agora, e riam em
seus rosto, o calor chegando perto da pele era insuportável.
-Não! Por favor!
-Olha!
Quatro deles se revezando, penetrando sua irmã na sua frente,
ela parecia desacordada, mas ele via que estava olhando pra ele, viu seus
lábios mexerem mais uma vez.
-Amo você.
Aquilo foi demais, Layne não conseguia até hoje descrever o
que aconteceu de verdade, só podia se lembrar do depois, quando tudo já tinha
acabado, sua irmã já estava em seus braços, ele tremia quieto, sentado naquele
chão imundo, com sangue por todos os lados, seus olhos começaram a enxergar o
local novamente, e via pedaços dos corpos espalhados, todos os quatro,
destroçados pela sua fúria, a única vez que usara a força, estava com o gosto
do sangue deles na boca, olhava estarrecido, e parecia agora entender que ele,
havia feito aquilo.
-Meu amor, vamos embora daqui assim que melhorarmos um pouco
ok?
-Hum hum.
-Você não consegue agora não é mesmo?
-Não. Foi a única coisa que ela conseguiu dizer, desmaiou
nos braços de Layne, que agora chorava apavorado, ainda não tinha certeza de
ter sido o autor da carnificina. Sabia que tinha sido o autor daquilo, as
imagens começavam a dançar na sua cabeça, se lembrava, não sentia nada, queria
apenas ir embora, levar sua irmã dali, ela estava tão machucada, na verdade
sentia que deveria tê-los feito sofrer mais, deveria ter saboreado a tortura
como fizeram com ela, mas talvez não tivesse conseguido terminar, não podia ter
arriscado por esse pequeno prazer. Não sabia dizer quanto tempo estavam ali,
ela ainda apagada. Layne achou que era hora de irem embora, procurou movê-la
com todo o cuidado, mas ainda assim ela despertou com um grito de horror.
-Calma, vou tirar você daqui, ok? Vou precisar te pegar no
colo, vou tentar fazer com cuidado pra não te machucar mais, tente aguentar um
pouco, ok? Ele falava de forma angustiada, porque via que ela sentia mais dor
do que podia aguentar, seus olhos estavam vidrados quase em choque, ela apenas
conseguiu erguer os braços para segurá-lo pelo pescoço, tentou aconchegá-la com
toda a delicadeza, ele era alto, um metro e noventa, aquele corpo magro e forte
lhe dava um aspecto de arcanjo poderoso, ela prendeu a respiração ao ser
erguida, não conseguia nem chorar só queria morrer.
Caminhava por aqueles túneis escuros, tinha olhos poderosos,
na verdade apesar de toda a fragilidade psicológica, Layne era um guerreiro, carregava
sua irmã como se fosse uma pequena criança, tão maltratada estava, encolhida em
seus braços, tentando manter a calma para não começar a gritar até morrer.
Caminharam até que ele achou o caminho que procurava, vislumbrou uma luz fraca,
sabia onde estava, e viu quem o esperava.
-Nossa! Que fizeram com vocês! Como conseguiram chegar aqui?
-Sem perguntas agora ok? Ela precisa de cuidados, está vendo
o que fizeram com ela? Fizeram para me torturar, isso nunca mais poderá ser
apagado da minha cabeça entende? Como vou continuar agora, sabe que quase
acabaram com ela de forma tão dolorosa, por minha causa?
-Hey rapaz, calma aí, você precisa tomar um banho e
descansar, vamos cuidar dela, já chamei o pessoal que vai tratar dela, ela vai
ficar bem, sabe que ela não é tão frágil assim, sei que machucaram ela, e tudo
mais, mas ela vai se sair bem, ela tem poder pra isso, só não acabou com eles
porque eles têm aquela merda que nos congela, se não fosse isso, meu querido,
ela teria dado cabo de todos sem deixar uma gota escorrer dos lábios.
-Sei, mas ela está sofrendo precisa de cuidados, e eu, bem
eu preciso esquecer tudo isso...o gosto...
-Garoto, o que andou fazendo ali? Acabou
com todos eles não é mesmo? Minha criança! Você é um monstro terrível, com
esses olhos de anjo, esse corpo de deus grego, você é o pior de todos os
monstros, que delícia!
O interlocutor de Layne era ninguém
menos que Roberto, nessa época ele e alguns outros, os "pervertidos
sexuais", viviam nos túneis antigos que ficavam debaixo da cidade, ele
cuidava dos outros, como um suporte,
todos tinham alguma capacidade da
mutação com a droga godsmack, mas em proporções diferentes, alguns foram obrigados a serem mais malditos
que os outros, o grupo dos homossexuais, foi escolhido para de certa forma
fazer o que faziam há tempos, cuidar, esconder, socorrer, conseguir
informações, manipular, comprar e corromper o que precisasse ser feito, eles
aceitaram esses papéis, gostavam do risco, achavam 'uma diversão', como
costumavam dizer, tinham dinheiro farto, drogas sem fim, e conseguiam suas
brincadeiras sexuais quando quisessem, era a vida perfeita para aqueles que
tinham sido escolhidos e retirados de vidas miseráveis, em países
subdesenvolvidos, como Índia, Brasil, África, todos com exceção de Roberto, foram
criados para esse fim era ele quem os escolhia, Roberto vinha nessa caminhada
com todos eles desde sempre, era amigo de infância dos irmãos, sempre se
conheceram os três, foram transformados juntos, obrigados, escolhidos por
Scott.
-Fique tranquilo criança, Roberto
sempre tratava Layne assim, como um menino grande, porque era essa impressão
que passava mesmo, um garoto gigante de um metro e noventa pelo menos, louro,
com olhos castanhos muito grande e escuros, com um brilho indecifrável, seu
corpo esguio, masculino, perfeito, com tatuagens, davam a ele um ar
irresistível e delicioso, porém sempre fora tão recluso e tímido, um garoto
estranho, era assim que as meninas que tentavam namorar ele o definiam, era um
das criaturas mais belas que Roberto já havia visto, aliás todos os "monstrinhos"
de Scott, eram belíssimos, sabia que a beleza era fundamental para a escolha,
que sempre vinha aliada a uma personalidade problemática e obscura, isso ele e
a irmã tinham de sobra, sabia.
-Preciso esquecer. O que você tem
aí?
Precisava se drogar para esquecer as
imagens da sua irmã sendo torturada, precisava tirar o gosto de sangue da sua
boca, estava desesperado.
-Criança, tenho o que você quiser,
quer desligar mesmo? Então tenho o que você quer, temos cachimbos maravilhosos
do Paquistão querido, com o melhor ópio dessa terra pra você esquecer qualquer
coisa, vá tomar banho, ou você quer que eu te dê um banho hein? A risada
provocativa de Roberto desconcertava Layne, sempre acontecia isso, ele sempre
fazia essas brincadeiras, dizia que o faria aprender a "trepar" mas
nunca na verdade fizera nada, via Layne como um irmãozinho desprotegido.
-Vou me lavar, pode ir ajeitando as
coisas pra mim, acho que vou ficar louco se não parar de pensar nisso tudo
agora.
-Vá meu bem, o quarto tem uma cama
maravilhosa que te espera, com toda a droga que quiser.
-Obrigada.
Sua timidez era desconcertante, como
um homem tão fantástico como ele podia ser assim tão retraído? Enquanto tomava
banho, deixou que as lágrimas caíssem livremente, sentia um ódio imenso,
apertava as mãos queria machucar, queria desferir esses murros que suas mãos
estavam prontas para bater, mas apenas chorava, como uma criança, debaixo do
chuveiro. Ficou o tempo que achou necessário até que conseguisse parar de
chorar, e se controlar novamente.
Vestiu apenas uma calça jeans que
havia sido deixada ali para ele, uma imagem tentadora de homem garoto, tão
frágil, com olhos tão obscuros. Abriu a porta daquele banheiro e se deparou
direto com um quarto, confortável, como eles conseguiam todo esse conforto aqui
embaixo? Tinham uma vida de muito luxo, não se lembrava de ter visto aquele
quarto antes, foda-se. Se jogou naquela cama, nem se lembrava mais da irmã,
sentia apenas aquela dor física que os adictos sentem, quando estão na
iminência de consumir a droga, dores no estômago, a ansiedade doentia, a
vontade de cagar, tudo ali, viu todo o aparato, tinha de tudo, pegou primeiro
um saquinho de pó, esticou duas carreiras e cheirou rapidamente, alívio, a
adrenalina correndo nas veias, agora podia ver melhor o que havia no quarto,
uma variedade de coisas, o cachimbo com ópio estava pronto, tinham deixado
vário prontos, como ele gostava, era a única coisa que podia tirar ele dali
agora, para longe qualquer lugar, em outra dimensão. Afundou naquela cama
voando alto... sem lembranças...
Roberto sabia que agora o garoto
estava perdido, há muito tempo que se perdera na mais completa loucura, ele
odiava tanto, tudo aquilo, então de alguma forma, as drogas eram a única coisa
que o mantinham longe, ele podia passar semanas fora do ar, costumava se esconder
em lugares onde nem os informantes conseguiam achá-lo, aquele garoto queria se
matar e não conseguia, era tão forte fisicamente, que as drogas atuais não o
afetavam, mas psicologicamente, era um garoto frágil, sem controle de seu
poder, sem vontade de ser grande, não queria liderar ninguém, já havia deixado
claro inúmeras vezes, que nunca se juntaria aos outros na loucura, toda aquela
violência e perseguição o estavam deixando completamente louco, ele tinha
surtos de puro ódio, e quando isso acontecia, ele deixava seu ódio derrotar
apenas a ele mesmo, em geral costumava se machucar, fazia cortes pelo corpo,
ingeria mais drogas do que qualquer um pudesse aguentar, tentava morrer e ainda
assim não conseguia, tamanha a força que
sua irmã o obrigara a aceitar, ele era o verdadeiro monstro, talvez por isso
fosse desprezado e odiado, por se recusar a ser o grande líder de todos, Scott
sabia disso antes de torná-lo o que era hoje, ele via alma daquele garoto, e
pôde sentir a fúria contida lá no fundo, e viu também que o garoto na época
queria apenas ser normal, ter uma vida comum, talvez todo seu ódio viesse daí,
do fato de ele e sua irmã nunca terem sido crianças normais, com famílias
normais.
Quando Scott os encontrara nas ruas
de uma favela no Brasil, ele mal conseguira acreditar que aqueles dois anjos
andassem, por ali sem destino, sem ninguém, duas criaturas da mais absoluta e
perfeição física.
Scott conseguira tirá-los daquele
país, levou-os para o lugar que mais gostava Seattle, tinha nascido na
Califórnia, mas preferia viver mais acima, acha aquela cidade estranha e
divertida, costumava dizer que Seattle era espaçosa, cheia de ar, e de gente
doida. Aquele lugar estranho onde hoje as diversidades convivem com mais
facilidade do que em outros lugares.
Os jovens se adaptaram bem, com
facilidade aprenderam o idioma, viviam felizes, sem saber que Scott fazia uso
daquela droga há alguns anos, as crianças o amavam como um pai, ele os vira
tornarem-se dois jovens maravilhosos, o se apaixonara perdidamente pelos dois,
a garota virara sua joia preciosa, nunca teve coragem de tocar Layne, apesar de
sentir um desejo quase insuportável pelo garoto, jamais faria isso, era quase
seu filho e sua criação também, sabia que os faria
tornarem-se como ele, precisava daqueles dois pra sempre perto de si, sabia que
o odiariam, e não o perdoariam nunca, mas que se dane, eram seus, faria deles o
que quisesse, e fez.
Fez a garota ser sua amante, na
primeira vez forçou mesmo, não podia
aguentar mais, precisava possuí-la, ela era tudo pra ele na época, a primeira
vez fora antes das transformações, ele a
havia violentado, levado a garota, para seu quarto, começado a tocá-la de forma
carinhosa, até que ela ficasse calma, depois suas mãos começar a acariciar seus
seios, que lindos eram os seios dela, quando sentiu os bicos duros nas suas
mãos, viu que ela estava desesperada e ainda assim ficando excitada, começou a
pressionar com um pouco mais de força, ela gemeu tentando fazê-lo parar, mas
era tarde, ele já estava tão duro, que nada o faria parar, enfiou a mão com
força na blusa da garota rasgando o tecido, e com os seios da garota nas mão
começou a lambê-los devagar, a garota assustada não ofereceu resistência,
apesar do medo ela estava excitada, podia ver em seus olhos, o brilho animal do
desejo, lambia e chupava os seios com
força, suas mãos desciam pelo corpo dela, até chegarem onde queria, no meio das
pernas, ela enrijeceu o corpo de medo.
-Calma doçura, Scott falava
docemente, enquanto sua boca procurava a da garota, lambia seus lábios devagar,
sua língua forçando a entrada da boca que cedeu mais facilmente do que ele
imaginava, suas mãos alcançaram o alvo, as pernas cediam devagar, enfiou os
dedos na calcinha dela, estava tão molhada que ele quase gritou de excitação ao
sentir aquilo, seus dedos acariciavam a garota ela parecia enlouquecer de prazer,
começando a retribuir os beijos de uma forma que Scott achou que não iria mais
aguentar, a garota parecia ter sofrido uma mudança de personalidade, parecia
uma mulher pronta para o sexo, ele não aguentou mais, arrancava com força toda
a roupa dela, sua língua trabalhava feroz, suas mãos eram violentas, a única
coisa que conseguiu foi abrir as calças desajeitadamente e com força penetrou a
garota, ela gritou, isso o deixou ainda mais enlouquecido, começou o movimento
de penetração com rapidez e violência, ela parecia assustada mas estava tão
excitada quanto ele, ela o agarrou com força, com a boca colada na sua, se
esfregava no seu corpo.
-Deliciosa você é minha, será minha
pra sempre.
-Com força, vem.
Aquilo fez Scott sentir vontade de
gozar na hora, nunca imaginou que a garota seria assim tão sua, sem
resistência, o desespero era tão grande que ele teve que parar por um momento
para não acabar ali, ela por sua vez, continuava o deixando enlouquecido com
sua boca, ela o lambia devagar, com beijos deliciosos e provocantes, apertava
seu corpo contra o dele ainda mais, como uma provocação pra que ele gozasse,
ele a puxou com força, obrigando a se virar, abrindo as pernas dela, penetrou
com violência, ficando cego de prazer. Sabia que a garota ainda não terminara,
começou com satisfação a esfregar os dedos nela pra que ela gozasse também,
chupava e a lambia com prazer, e viu quando ela começou a se mexer com força
apertando seu corpo no dele, e a viu gozando, que maravilha foi aquilo.
Layne sabia o que tinha acontecido
nessa época, e não gostou, sentia um ciúme doentio da sua irmã, apesar de saber
que ela costumava fazer sexo em troca de coisas que os dois precisavam quando
estavam nas ruas, mas com Scott era diferente, ele sabia que sua irmã havia
desejado apesar de nunca ter se manifestado, dito ou demonstrado qualquer coisa
nesse sentido, Scott os retirara das ruas, cuidara deles dois, agora estuprar
sua irmãzinha? Caralho, isso ele não podia suportar, sentiu ciúme pelos dois,
por ela, por seu amor estranho e por ele, sem saber direito o porquê.
Scott era um homem estranho, já o
vira diversas vezes com rapazes, uma vez ficara espiando por uma fresta da
porta, quando Scott levara dois garotos para casa, e passou a noite toda com
eles, fazendo sexo e usando drogas, vira tudo Scott, seduzindo os dois, e fazendo sexo, de
forma violenta e excitante, ficara excitado vendo aquilo tudo, e se podia se
lembrar bem daquela noite, Scott sabia que ele estava assistindo, por vezes
olhava na sua direção e sorria, apesar de Layne saber que não podia ser visto,
e cada vez que Scott olhava na sua direção, parecia ficar mais excitado e
violento. Scott costumava drogar suas presas, oferecendo diversão, fazia com
que bebessem muito cheirassem muito pó, uma mistura incrível, depois enquanto
penetrava suas presas, costumava acender cigarros de maconha e fumava enquanto
transava, forçava seus parceiros e parceiras a fumar e cheirar durante o ato,
era estranho e excitante vê-lo esticando pó no corpo daquelas pessoas, e
aspirando enlouquecido, aquilo deixava mais perturbado ainda, por fim, espiar Scott
em seus atos sexuais, acabara virando uma coisa que Layne não conseguia evitar,
e tudo indicava que Scott sempre sabia e fazia questão de deixá-lo assistir,
aquele homem, aquele monstro, tão desprezível
e ainda assim nenhum dos dois podia mais viver longe desse monstro dominador.
Com o passar do tempo, Layne começou
a sentir uma raiva contida contra Scott, o que ele fazia com sua irmã era desprezível,
ele costumava sodomizá-la, ao que parecia que ela correspondia sendo submissa e
atendendo aos desejos cruéis daquele homem, ela não conseguia reagir contra
ele, ele nunca soube se ela gostava daquilo, ou se submetia para não sofrer
coisas piores nas mãos dele, só que a situação começou a ficar insustentável,
ele não podia continuar lá, vendo sua irmã se tornar o brinquedo de torturas
sexuais daquele homem louco, ele costumava insinuar que queria fazer o mesmo
com ele, mas nunca iria acontecer, ele queria os dois irmãos, queria os dois juntos, sua monstruosidade era
tão imensa, que uma vez dissera em tom de brincadeira, que seu sonho era
assistir os irmãos juntos na cama, queria ver seu garoto penetrando a irmãzinha,
aquilo fora demais, Layne partiu com todo seu ódio pra cima de Scott, tentando
atacá-lo com fúria, foi uma briga cruel, por fim, Scott o dominou, e Layne apanhou, Scott batia tanto, dava
chutes na cabeça de Layne, o garoto parecia não reagir mais.
-Vermezinho. Scott puxava o garoto pelos cabelos, falava
rosnando perto de seu rosto ensanguentado, falava com uma ferocidade que nunca
vira antes.
-Escuta bem garoto, se eu quiser
ponho vocês dois juntos e obrigo você a foder sua amada irmãzinha, tá
entendendo? Seu merda ficou com raiva porque eu revelei seu maior desejo não é
mesmo? Sei que sonha com ela, sonha em colocar esse seu pau dentro dela com
força, como e eu faço, sonha beijar aquela boquinha deliciosa e chupar aqueles
seios de anjo, sei disso garoto, eu posso ler os seus desejos mais secretos, e
sei que queria ser dominado por mim, seu sonho mais profundo é estarmos nós
três juntos, eu sei disso, e esse também é o desejo dela, e o meu, todos
compartilhamos dessa vontade. Porque não faço logo? Porque desprezo você, essa
sua bondade, esses conflitos de anjo que você carrega, te tornam fraco e
pequeno, não vou deixar você fazer isso com ela entendeu? Vou te chutar daqui
pra fora, por você num buraco qualquer seu bosta! Nunca mais, nunca mais
entendeu? Você vai tentar me questionar ou ir contra uma ordem minha.
Scott jogou a cabeça de Layne com
força no chão, sua irmã apareceu nesse momento, seus olhos arregalados podiam
descrever o que ela via, seu irmão ali no chão machucado, sangrando pelo nariz
e boca, caído no chão chorando com o mais puro ódio.
-O que você fez? Seu monstro desgraçado!
Ela batia em Scott, que ria divertido com as tentativas dela em feri-lo.
-Acalme-se sua vadiazinha, ele pediu
pra apanhar, esse merda, não gostou de ouvir a verdade sobre vocês dois, os
irmãozinhos que querem foder e não fodem porque são cheios de escrúpulos, não
podem.
-Cale a sua boca seu nojento!
-Cale-se você cadela, e vá limpar
esse bosta desse seu irmão, e depois vou por ele pra fora daqui, não quero mais
viver com o anjinho perturbado, ele está fora, quero ele na rua agora mesmo entenderam?
Vocês dois me entenderam?
Puxava a garota pelo cabelo com
força pra fazê-la olhar para ele enquanto falava, com aquele jeito de rosnar ao
invés de falar. Quando puxou ela pelos cabelos ainda teve a ousadia de beijá-la
na boca enfiando sua língua maldita dentro da boca da garota, que não ousou
contrariar e correspondeu aos beijos que a machucavam.
-Limpe-o e mande ele sair, quando eu
voltar, não quero sentir nem o mais leve cheiro de anjo por aqui. E saiu
batendo a porta com violência, deixando os dois ali no chão, derrotados e
humilhados.
Ela começou a levantar seu irmão com
carinho e delicadeza, ele estava realmente machucado, nunca vira Scott agir
assim, ainda mais com ele seu menino, como costumava dizer.
-O que ele disse pra você ir pra
cima dele meu querido? O que foi? Porque ele bateu tanto em você?
-Não importa, dizia já se
levantando, vou embora mesmo, não posso mais ficar aqui, você virá comigo?
Ela olhava apavorada para o irmão,
não podia estar acontecendo, não era possível, ela não podia deixá-lo partir
assim.
-Meu bem, calma, vamos cuidar desses
machucados primeiro ok? Depois vemos o resto.
-Não! Você não está vendo? Não podemos
continuar com isso, precisamos ir embora, ele faz o que quer com você e você
deixa, parece que nem liga…
-Não é isso querido, você não
entende? É uma forma que tenho de controlar ele também. Até agora eu estava
conseguindo e o mantinha longe
de você, não deixei ele te fazer nenhum mal.
-Mal a mim? Seu tom era de desprezo.
-Sim, como ele fez hoje, olha só pra
você meu querido, ela o abraçava gentilmente.
-Ora, me deixe, eu não posso
continuar aqui vendo tudo o que esse cara faz e ficar quieto, eu não aguento
mais entende?
-Layne, o que aconteceu aqui realmente?
O que foi que Scott fez pra deixar você com tanta raiva? Me diga!
-Nada, não importa mais, estou indo
embora, se não vier comigo, então é o nosso fim.
-Não!
Ela não conseguia mais controlar as
lágrimas, a tensão de ver seu irmão machucado indo embora era demais, chorava
descontroladamente.
-Calma amor, estou indo embora, mas
sempre darei um jeito de mandar notícias pra você, está bem? Olhe pra mim,
preciso que me olhe nos olhos e sinta que estou dizendo a verdade, nunca menti
pra você, confie em mim, vou mandar notícias sempre, ok?
Layne virou as costas pegou uma
camiseta que estava numa cadeira e saiu, sem mais nada, não queria nada daquele
lugar.
Partiu, deixando sua irmã chorando
desconsolada em desespero, nunca haviam se separado e agora, não havia a menor
possibilidade de mudar o fato.
Quando Scott retornou sabe-se lá de
onde, encontrou a garota sentada no mesmo lugar, onde a briga tinha acontecido,
ela ainda segurava o pano que tinha limpado o rosto do irmão, seu sangue nas
mãos.
-Hey garota, o que está fazendo aí,
levante-se, ele a forçou a se levantar e praticamente a arrastou para outro
lugar. Ela permanecia muda, apática, sem reagir às palavras dele.
-Vai ficar assim? Sem falar nada?
Como uma estátua olhando pra minha cara?
-Odeio você! Ela começou a se
levantar e caminhar para a saída da sala onde estavam agora, mas Scott a
agarrou pelo braço a forçando a parar.
-Onde você pensa que vai? Não mandei
você sair.
-Me solta, seu idiota!
O tapa que sentiu no rosto foi tão
inesperado que a deixou completamente paralisada.
-Você pensa que pode falar assim comigo
porque coloquei aquele bostinha do seu irmão pra correr? Sabe porque fiz isso?
Aquele garoto tentou me agredir porque eu disse umas verdades, não aguentou o
que ouviu.
-O que você disse a ele?
-Que ele deseja no mais profundo do
seu ser é poder foder a irmãzinha que ele tanto ama.
-Ora seu cretino! Ela tentava
arranhar o rosto de Scott, ele a segurava com força, e começou a bater nela,
com tapas não muito fortes, para tentar pará-la.
-Seu nojento, como pôde, ela estava engasgada
de raiva, como pôde dizer isso…odeio você…
-Calma cadela, fique bem calma
agora, ou eu acabo com você e com aquele idiota entendeu?
Scott começou a acariciar os seios
dela.
-Pare com isso, que nojo eu tenho de
você!
-Calma, e apertava seus seios cada
vez com mais força, sabia o quanto aquilo deixava ela excitada, começou a
lamber seu pescoço devagar, e sussurrava:
-Eu mando e você obedece.
As lambidas subiam para sua boca,
ela entreabria os lábios deixando ele entrar feroz, estava pronta e obediente.
Scott arrancou sua calcinha com força, machucando sua pele, e mais uma vez a
submeteu com violência, ela obedeceu cega.
-Ajoelha, assim, isso, forçava o
sexo oral, obrigando a engolir o pau duro e grande, ela apenas obedecia.
Estava sozinho, havia se livrado de
Scott, mas seu ódio não diminuía, sua irmã estava lá, ainda era escrava daquele
verme, o que faria? Como tirá-la de lá? Caminhava sem destino, onde iria ficar,
não importava, dormiria na rua, tudo bem, sabia bem como era isso, sentia tanto
ódio de Scott que não conseguia pensar em nada, precisava achar um meio, como
faria, ainda não sabia.
Andando por aqueles becos, procurava
o caminho do lugar onde conhecia pessoas que o deixariam dormir em um canto
qualquer. Estava desconcertado, a discussão com Scott ainda o perturbava, as
palavras grosseiras ainda estavam ecoando em seus ouvidos, aquilo era mentira,
como Scott podia ter sido tão monstruoso dizendo aquilo? Sua irmã...precisava
esquecer, precisava apagar aquilo da lembrança. Encontrou o lugar que queria, a
luz estava acesa, nem precisou bater, a porta se abriu.
-Hey garoto, é você? O que está
fazendo por aqui? Veio atrás de diversão não é mesmo?
O homem que abrira a porta era um
conhecido seu, um traficante, de aspecto nojento e violento.
-Entre, tenho o que precisa, com
certeza tenho tudo o que quiser, está com grana aí?
-Sim, isso não é problema.
-Haha, nunca é no seu caso, não é
mesmo?
- Hum hum, apenas resmungou, não
queria conversar, queria apenas enlouquecer e ficar alto, sair dali, apagar o
que havia acontecido.
-Sente-se, tenho uma coisinha
diferente pra você hoje, tem medo de agulhas?
-Não, porque?
-O que você vai usar hoje, meu
velho, vai direto pra sua veia, você não vai acreditar no poder dessa coisinha.
-O que é isso?
-Heroína, meu chapa, o barato do
momento, já ouviu falar?
-Já, ouvi qualquer coisa por aí.
Nessa época, essa droga estava
começando a circular pelo mundo, ainda era uma novidade cara e de pouco acesso,
e prometia uma viagem louca sem controle.
-Vamos lá então, quero essa tal de
heroína, com faz?
O traficante preparou a dose, colocou
na seringa, e aplicou em Layne, em poucos segundos a reação, uma coisa tão
violenta e assustadora, que ele não conseguia entender o que estava
acontecendo, sentiu medo nos primeiros instantes, mas depois, ah, depois nada,
a libertação, ele estava longe, voando alto, o corpo tendo espasmos, deitado
naquele sofá imundo, que delírio! Era tudo o que ele queria, esqueceu.
E ficou lá a cada dose, o
esquecimento, a loucura a dor, tudo junto, o medo, a sensação de alívio momentâneo,
queria mais, e mais, ficou ali por aproximadamente uma semana, queria ficar para
sempre, não queria mais viver, queria arrebentar o coração, explodir seu
cérebro, mas não conseguia, que seja, ficaria assim pra sempre, rastejaria na
sua existência, não retornaria nunca mais.
Os dias que se seguiram, foram os
piores dias da sua vida, esperando seu irmão mandar notícias que nunca vinham.
O desespero de estar ali sozinha, prisioneira de Scott, sem forças para fugir
ou atacá-lo, recebendo doses diárias daquela maldição, ele a obrigava e
engolir, queria que ela fosse indestrutível como ele, seria a noiva do monstro,
aquela que não seria tocada por mais ninguém. Scott a manteve trancada em um
quarto por semanas, ela estava esperando o retorno do irmão.
Scott era cruel, não permitiria que
ela reagisse, a estava transformando em monstro como ele, ela e o irmão já
vinham recebendo o godsmack há muito tempo, não era necessário mais, porém,
Scott a queria presa a ele, acorrentada psicológica e emocionalmente dependente,
podia assim usá-la como quisesse, ele tinha uma obsessão doentia por ela e não
escondia isso, dizia que seu maior prazer era machucá-la e ainda assim vê-la
gozando, mesmo enquanto a torturava era doentio e repugnante, ela sabia, mas
aceitava, já não queria mais reagir nem lutar, deixou isso para Scott, ele
cuidaria de tudo, prepararia as fugas, controlaria os grupos e faria a guerra,
ela seria uma sombra atrás da porta, não podia morrer e nem matá-lo, queria seu
irmão.
Scott agia com verdadeira crueldade,
deixando ela ali por dias apenas enviando alguém para ministrar a dose, e
deixando apenas água, dias depois aparecia, e a obrigava a fazer sexo, das
formas mais submissas, a obrigava a atos que ela nunca imaginaria, costumava
estrangulá-la durante o sexo, agia com força, usava objetos que a feriam, humilhava obrigando a lamber seus pés, até a
andar de quatro, como uma cadela, ele parecia se divertir bastante com aquilo,
costumava cuspir em seu rosto, a forçando a lamber e engolir.
Começou a bater nela, ela não tinha
força para reagir, estava ali há dias, sem comida, fraca, ele batia, e por um
momento quando parou de esbofeteá-la, ela viu que ele chorava, tinha o olhar
assustador, mais do que o que ela já tinha visto, ele parou, e ficou encarando-a,
ela tentou se afastar para um canto para fugir de mais agressões, ele tinha
terminado, olhava para ela e chorava, sem se mexer.
-Sei onde o bostinha do seu irmão
está, falou com tom de desprezo, acendeu um cigarro, como se não fosse nada.
Ela ficou alarmada, apesar de sentir
o rosto queimando, seu medo por Layne era maior.
-O que você fez?
-Nada, não vou fazer nada com ele,
estamos vigiando aquela porra de garoto, sabe que ele está num beco há mais de
uma semana se drogando? Usando uma merda nova que apareceu, uma coisa que
injetam na veia, e promete loucuras.
-Deixe ele em paz, por favor, eu
estou aqui, ficarei sempre com você, deixe meu irmão, não o machuque. Seu medo
era tão intenso que começou a tremer.
-Vou deixar ele em paz, mas preciso
saber o que ele anda fazendo e com quem anda falando, não posso largar ele por
aí, ele é doido, pode começar a falar coisas.
-Ele não fará isso, jamais faria,
ele só quer se afastar de toda essa sujeira, só isso.
-Aquele idiota! Tem se drogado mais
do que qualquer um pode aguentar, ele é um monstro e não sabe usar o poder que
tem. Seu tom de desprezo e raiva eram nítidos.
-É melhor assim, não é mesmo? Ele
nunca vai tentar disputar o poder com você, e isso já é um alívio pra mim, não
iria aguentar ver vocês em combate, mais do que já fizeram todo esse tempo. Ela
começou a chorar, de alívio por ter notícias de seu irmão, e de medo, em pensar
que Scott sabia o paradeiro dele, se quisesse, poderia fazer algo contra ele, e
ela ali, presa, sem poder fazer nada para cuidar de seu irmãozinho.
-Me tire daqui Scott, acho que já me
castigou o suficiente não é mesmo?
Ela estava sentada no chão num canto
do quarto, sentindo seu rosto queimando ainda com as marcas das mãos dele.
-Vou tirar meu bem, você já aprendeu
que eu mando aqui, e você deve ser minha e obedecer a cada ordem que dou, não é
mesmo? Falava isso, e se aproximou dela, segurou seu pescoço, dessa vez com
delicadeza, e começou a beijá-la, com amor e doçura, aquilo a assustou mais do
sua violência, tremia mais ainda, mas correspondia aos beijos dele, não queria
que se zangasse e ficasse violento.
Ele a ergueu com cuidado no colo, e
a levou para a cama, tirou aquele vestido que usava há dias, tirou sua
calcinha, ela estava completamente nua, e assustada, porém ele foi doce,
acariciou seu corpo com amor, acariciava seus seios, e os beijava, descendo os
beijos por todo o seu corpo, chegou nas suas pernas, e as abriu devagar, e começou a beijar e lambê-la, até
chegar no meios das pernas, e fazer um sexo oral delicado, apenas dessa vez, ele conseguia deixá-la extremamente
excitada, mesmo com a raiva que ela sentia, não podia evitar, ele era um homem
maravilhosamente belo e sexy, e aquilo era impossível de esquecer, ele a deixou
completamente entregue.
-Quero você dentro de mim Scott,
pediu quando ele subiu novamente para sua boca, foi atendida prontamente, e
dessa vez, um sexo normal, delicioso, sem maldade, ele a deixou sentir seu
amor, sem o poder da dominação, apenas um homem, amando uma mulher, ele parecia
até normal. Ela chorou, o amava apesar de tudo.
-Vamos, deixe-me tirar você daqui, daqui
pra frente você vai viver como se você fosse minha garota, como dizem por aí,
minha namorada, vai estar comigo, precisamos ir atrás daquele bispo de merda,
ele anda exagerando, está misturando nosso veneno nas águas da cidade, quer
fazer uma lavagem cerebral em todos, quer disputar o poder comigo, usando um
exército de lixo humano, vou ensinar a ele que não pode tentar me enganar.
Tenho que tomar providências, viu como a religião dele se prolifera nesse
lugar? Ele está dando doses aos fiéis, que por sua vez levam sem saber pra casa
e dão para seus filhos como se fosse uma coisa santificada, aquele filho da
puta… vou mostrar a ele…
-O que vai fazer Scott? A coisa está
saindo do controle? É isso?
-Acontece que nosso acordo era fazer
algumas pessoas se tornarem como nós os escolhidos e aquele cara começou a
quebrar o acordo, esse cara que nunca conseguimos eliminar, é nossa pedra no
sapato, montou sua legião de fanáticos, e o pior de tudo deu aos exércitos
doses tão violentas, que os tornou verdadeiros animais.
-Sim são como animais, essa coisa
fez com que se tornassem a versão mais primata da mutação, tenho medo Scott,
será que ficaremos como eles?
-Não sei dizer, acredito que não,
nosso intelecto é superior, talvez ajude a segurar e controlar esse
rebaixamento, não sei. Veja seu irmão, se tornou um poeta, um anjo maldito, que
não quer lutar, não quer combater esse mal.
-Ele sempre foi um anjo, sempre teve
a alma mais pura que nós, sempre sofreu mais com tudo isso, às vezes me
arrependo de ter feito isso com ele, devia tê-lo deixado viver seu tempo…mas eu
não poderia ficar aqui sem ele.
-É, não poderia viver sem ele, e
agora temos que vigiar esse garoto, e cuidar dele, porque ele de tempos em
tempos tentar enlouquecer pra fugir, e o pior é que não adianta, ele nunca vai
conseguir, mas que se foda, ele que viva com as dores da mente, que sua alma
queime no inferno!
Scott amava Layne, de todas as
formas, como filho, como um amante desejado que nunca possuiu, como amigo, e
como inimigo, talvez fosse seu maior desejo depois da irmã, ele queria tanto
aquele garoto, mas nunca teve coragem de tocá-lo de forma que o assustasse ou o
fizesse reagir mal, queria ter aquele rapaz nos braços, seu maior desejo era
possuir irmão e irmã juntos, e vê-los trocando carícias entre si, só o
pensamento já fazia seu pau endurecer, queria violentar Layne, beijá-lo em
todos os lugares, chupá-lo até fazer com que gozasse na sua boca, era um sonho
que tinha, talvez por isso, sentisse tanto prazer em descontar na irmã a
violência de não poder tocar naquele que era como seu filho.
-Vá para seu quarto, tome um banho,
bem faça o que quiser, não vou prender você, será minha companheira, você é a
única que tem inteligência pra poder me ajudar e destruir esse verme religioso.
-Obrigada Scott, estarei com você,
não se preocupe, só quero te pedir uma coisa.
-Já sei o que vai me pedir, não vou
atrás dele, vou deixá-lo em paz.
-Peça pra cuidarem dele sim? Preciso
saber que ele está protegido, mesmo que fique lá se drogando por toda a
eternidade, tenho que saber que está vivo, só assim poderei ser sua
companheira.
-Está certo, agora me deixe em paz,
vou sair, dar um giro pela cidade pra ver como as coisas estão, e trazer um
pouco de pó pra gente usar mais tarde. Fique linda pra mim essa noite, vou
querer trepar com você, já estou querendo agora, mas não vai dar, preciso sair.
Mordeu de leve os lábios dela, automaticamente sua língua avançou pra dentro da
boca, ele não conseguia evitar o desejo.
Saiu, sem uma palavra, ela se sentiu
aliviada de vê-lo indo embora, era sua escrava sim, e gostava de ser submissa a
ele, ou se acostumara, já não sabia mais, há tempo vinham vivendo juntos, não
sabia se sentia ódio ou amor, talvez as duas coisas fossem uma só.
Nessa época, ela achava normal viver
sob o jugo de Scott, antes, há tempos atrás, as coisas não eram assim, Scott
apesar de ter criado ela e seu irmão,
não os tratava com crueldade, eram uma família, sim naqueles tempos eles ainda
se consideravam felizes depois da morte dos pais biológicos, depois de terem
vivido pelas ruas, e sofrido todo o tipo de abusos, ela e o irmão viveram por
longo tempo felizes e ingenuamente com Scott, até que em um determinado tempo,
Scott achou que era hora de torná-los iguais a si, e começou lentamente a
ministrar doses da “benção” nos alimentos dos dois, foi então que as mudanças
físicas começaram, a agressividade aflorou, o desejo sexual, e a paranoia.
Então Scott começou a demonstrar
outro tipo de amor pelos dois, começou a revelar sua verdadeira essência
animal, e a forçou sexualmente, disse que era preciso torná-la sua, era assim
que devia ser, ela na época não pôde
lutar contra ele, Layne estava sofrendo, perdido ele não queria se transformar
e havia fugido pela primeira vez, e Scott dissera a ele que quando o achasse o
esmagaria, ela não poda permitir, então resolveu aceitar a violência sexual de
Scott, para desviar sua atenção de seu irmão, funcionou, por um certo tempo
apenas, depois as trevas chegaram para os dois, ela e o irmão se tornaram de
certa forma prisioneiros de Scott, ele já
o havia achado perambulando
perdido em praias distantes, e havia obrigado a voltar, dizendo o quanto
maltrataria a irmã se ele não retornasse. Ele voltou, e a partir daí foi
obrigado a se tornar monstro também.
Sua irmã dizia que se os dois
ficassem tão fortes quanto Scott, poderiam fugir, se livrar de tudo aquilo, ir
para longe, e viver como pessoas normais, ele achou que poderia acontecer, mas
as coisas não saíram como o planejado.
Scott não era bobo, sabia muito bem
o que os irmãos planejavam, por isso os
manteve sob vigilância constante, deixava que o rapaz se drogasse o quanto
quisesse, e de preferência deixava a irmã também, dopando os dois dessa
maneira, podia cuidar pra que não se rebelassem os dois ainda eram jovens, ia
esperar um pouco mais pra transformá-los de vez, por enquanto ia ministrando
pequenas doses de maldição nas suas vidas, eles não percebiam, e aos poucos ia
adquirindo o poder que queria que
adquirissem, depois, quando se dessem conta, seria tarde, a coisa já estaria
feita, eles não iam mais se livrar daquilo, seus corpos estariam modificados
para sempre.
Ele sabia o quanto sentiriam ódio
dele por isso, que tentariam de tudo pra se livra da coisa toda.
O tempo foi passando ele viviam em
relativa paz, não se podia dizer que viviam em harmonia, depois que as brigas
começaram, que Layne, começou a se rebelar contra Scott, as coisas nunca mais
foram as mesmas, Scott sabia que perderia a mão se afrouxasse o controle sobre
eles, sabia que o garoto lhe traria problemas com o passar do tempo, até mesmo
a garota seria um problema, os irmãos tinham uma personalidade diferente, e
fora por isso que os escolhera, fora o brilho dos olhos deles que chamara sua
atenção na época, a raiva por trás do distanciamento doloroso, sabia que eram
criaturas de inteligência superior, que carregavam um ódio maior dentro de si,
bastou um molhar para saber que os queria.